Eu destinei um passeio, domingo muito cedinho peguei o meu violão e fui pro mato sozinho descobri uma figueira com os galhos cheios de ninho e passei a manha inteira debaixo desta figueira apreciando os passarinhos. Como eu tava achando lindo o viver desse bichinhos se via perfeitamente vir com a fruta no biquinho se via quando ele dava no bico do filhotinho e eu ali tava entretido com o viver tão divertido da vida desses bichinhos.
Nisso veio um negro veio e também trazia com um negrinho e este tinha uma gaiola e dentro dela um bichinho perguntei que bicho é este? Diz ele este é um canarinho com este bicho que está aqui nas florestas por aí eu caço qualquer passarinho, cantava que redobrava aquele pobre bichinho, parece até que dizia: é triste eu viver sozinho, só porque eu fui procurar comida pros filhotinho e fui tirar desse alçapão, hoje aqui nessa prisão e nunca mais fui no meu ninho.
Aí eu fui recordando do que já me aconteceu, hà muitos anos atrás a policia me prendeu o juiz me condenou depois de mim se esqueceu e eu pelo rádio eu escutava os Mateadores cantavam e aquilo me comoveu daí eu fui perguntando: Quanto quer pelo bichinho? respondeu ele eu não vendo eu cacei pro meu filhinho, porém saiu
uma voz da boca do gurizinho: a gaiola custam 10 kem me der 20mil réis pode levar o passarinho.
Comprei com gaiola e tudo pra evitar discussão e fui abrindo a portinha e abrindo meu coração e o bichinho foi saindoe eu peguei meu violão e num versinho fui dizendo o que eu tava sofrendo eu já sofri na prisão. Quem vai caçar de gaiola pra ver o bichos na grade deveria ser punido pela mesma autoridade, porque o coração dos bichos também consagre amizade. Oh! lei tu faça o que puder, mas os bichos também querem ter a mesma liberdade...
Compositores: Diogo Mulero (Palmeira), Leovegildo Jose de Freitas (Gildo de Freitas) ECAD: Obra #2283582 Fonograma #1295433