Eu vou me mudar pra fazenda Que a urbe que ilude, só desilude Com medo do trânsito, do asfalto E de assalto,sem ter quem me ajude Eu quero uma casa de alpendre Com bichos no pátio, com peixe no açude Me basta só a céu aberto E uma escola perto que meu filho estude
Antes que me mudem tudo Eu mudo e tomo uma atitude Reuno a família e me queixo Eu deixo a cidade e não deixo Que a minha origem mude
Numa casa de campo Eu sonho anoitecer com lua e luz de pirilampo Eu largo a metrópole do medo e sem medo eu acampo Numa casa de campo, numa casa de campo
Prefiro me acordar com o galo Que não tem relógio, mas desperta a gente Tomar o meu leite composto Sem gosto de água e bem quente Na roça sepultar os grãos E assistir o parto sem dor da semente Com água de pote e tonéis Lavar os meus pés sentado ao batente
E a tarde nos últimos ensaios Dos raios do sol do poente Eu volto um milhão pra voltar Eu quero, custe o que custar Morar novamente
Numa casa de campo Que eu possa ligar para os vizinhos Sem escuta e grampo Preciso falar com pessoas que dizem relampo Numa casa de campo, numa casa de campo
Compositores: Raimundo Nonato da Costa (Nonato Costa), Raimundo Nonato Neto (Raimundo Nonato) ECAD: Obra #2569014 Fonograma #705432