Rio Grande, berro de touro quatro patas de cavalo Quem não viveu esse tempo vive esse tempo ao cantá-lo Eu canto porque me agrada neste meu timbre de galo
É verdade que alguns dizem que os tempos hoje são outros Que o campo é quase a cidade e os chiripás estão rotos Que as esporas silenciaram na carne morta dos potros
Cada um diz o que pensa Isso aprendi de infância Mas nunca esqueça o herege que as cidades de importância Se ergueram nos alicerces dos cortins e das estâncias...
Não esqueça de outra parte para honrar a descendência De tudo aquilo que muda, muda só nas aparências E até num bronze de praça, vive a raiz da querência...
Eu nasci no tempo errado ou andei muito depressa Dei "oh de casa" em tapera Fiquei devendo promessa Mas se eu pudesse eu voltava pra onde o Rio Grande começa
E se me chamam de grosso nem me bate a passarinha Argila do mundo novo não tenha a mescla da minha Sovado a casco de touro com águas de garguejinha
Rio Grande, berro de touro, quatro patas de cavalo Quem não viveu esse tempo vive esse tempo ao cantá-lo Eu canto porque me agrada neste meu timbre de galo
Compositores: Apparicio Silva Rillo (Silva Rillo), Pedro Marques Ortaca (Pedro Ortaca) ECAD: Obra #27566 Fonograma #38338