Osny Silva
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Funeral D'um Rei Nagô

Osny Silva

Bandolins Ao Luar


Xangô olê gendilê, ole
O lalá, don don don dilá
Xangô olê gendilê, olê

Nego quando cala, quando cansa, quando pula
Quando tomba, quando grita, quando dança
Quando brinca, quando zomba, sente gana de chorar

Nego quando nasce, quando cresce
quando luta, quando corre, quando sobe
Quando desce, quando véve, quando morre
Nego pensa em parar

Nego força, pompa e umbanda ginga, conto, ponto ai umbanda
Nego ponta ohh
Nego nua, nuai umbanda, toma versai luai umbanda
Samba nua ohh

Xangô meu céu escureceu, Exu me despachou
Kalunga me prendeu
Xangô, Xangô, Xangô
Meu gancho se acabou, meu reino o mar levou
Meu bem morreu, morreu, morreu, morreu, oh morreu

Xangô olê gendilê, olê
Se Xangô chegasse a umbanda
E já me levasse a umbanda
Coisa boa, coisa boa, coisa boa, coisa boa ohh

É o rei, saravá Nagô
É o rei, nosso rei
Nosso rei que entre os mortos reinou
Vai só, lá longe no sem fim

Vai ao país da lua, além do mar do sonho
E há de vencer o céu pois quem o vê recua
Lá sentar num trono e ser um deus assim

O rei, o rei Nagô
Lá vai na luz serena em busca de outro reino
Entre as estrelas longe onde Olorum chamou
E o rei venceu a dor

Entre agogôs zoando
Archotes, pachorôs
Babalaôs rezando
O rei vai vencedor, lá vai
Nos deixou, ai de nós, Nagô

Nagô, Nagô

Compositor: Hekel Tavares/Murillo Araujo

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