A gente faz hora, faz fila na vila do meio-dia. Pra ver Maria A gente almoça e só se coça e se roça e só se vicia A porta dela não tem tramela, a janela é sem gelosia. Nem desconfia
Aí, a primeira festa, primeira fresta, o primeiro amor
Na hora certa, a casa aberta, o pijama aberto, a família armadilha A mesa posta de peixe, deixa um cheirinho da sua filha Ela vive parada no sucesso do rádio de pilha, Que maravilha
Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor
Vê passar ela, como dança, balança, avança e recua. A gente sua A roupa suja da cuja se lava no meio da rua Despudorada, dada, à danada agrada andar seminua. E continua
Ai, a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amor
Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo que amava Juca que amava Dora que amava
Carlos amava Dora que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava
Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava a filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha
Contribuição: Renato Domingues
Compositor: Francisco Buarque de Hollanda (Chico Buarque) ECAD: Obra #2075623 Fonograma #1192617