Hoje eu lembro com saudade do meu tempo de solteiro Fui buscar uma boiada no grande estado mineiro Eu cheguei em Pouso Alegre dia três de fevereiro Lá eu vi uma morena, perdição de um boiadeiro
Ela disse que é mineira e nasceu em Uberaba Se criou no campo afora lidando nas invernadas Ela monta em burro bravo, alegre dando risada Pra pegar mestiço arisco, nunca perdeu uma laçada
Fomos juntar uma boiada e o povo se admirou Escapou uma vaca preta e a mineira acompanhou A laçada foi certeira, mas o laço arrebentou Ela pegou a vaca a unha e sozinha derrubou
Eu convidei a morena pra ser minha companheira Ela então me respondeu: vivo muito bem solteira Por dinheiro eu não me vendo, eu também sou fazendeira Eu trabalho pra mostrar o valor de uma mineira
Ela fez a despedida foi numa segunda-feira Despediu e foi embora numa besta marchadeira Eu fiquei com a saudade da morena boiadeira Nunca mais eu pude ver aquela linda mineira
Compositores: Waldomiro de Oliveira (Ze da Estrada), Ludovico Colognes (Paiolzinho) ECAD: Obra #63908 Fonograma #675894