Seu doutó me dê licença pra minha história contar. Hoje eu tô na terra estranha e é bem triste o meu penar Mas já fui muito feliz vivendo no meu lugar. Eu tinha cavalo bão, gostava de campear. E todo dia aboiava na porteira do currá.
Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela, Ô ô ô ô Boi Fubá.
Eu sou fio do Nordeste , não nego meu naturá Mas uma seca medonha me tangeu de lá pra cá Lá eu tinha o meu gadinho, num é bom nem imaginar,
Minha linda Vaca Estrela e o meu belo Boi Fubá Quando era de tardezinha eu começava a aboiar
Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela, Ô ô ô ô Boi Fubá.
Aquela seca medonha fez tudo se trapaiar, Não nasceu capim no campo para o gado sustentar O sertão esturricou, fez os açude secar Morreu minha Vaca Estrela, se acabou meu Boi Fubá Perdi tudo quanto tinha, nunca mais pude aboiar
Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela, Ô ô ô ô Boi Fubá.
Hoje nas terra do sul, longe do torrão natá Quando eu vejo em minha frente uma boiada passar, As água corre dos óio, começo logo a chorá Lembro a minha Vaca Estrela e o meu lindo Boi Fubá Com saudade do Nordeste, dá vontade de aboiar
Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela, Ô ô ô ô Boi Fubá.
Compositor: Antonio Goncalves da Silva (Patativa do Assare) ECAD: Obra #3001638 Fonograma #1390658