Um dia tudo acaba Sem perceberes porquê, Num acorde de guitarra Vês o mundo Mas ninguém te vê. As sombras Que falam, Te ouvem E dizem: «Eu sou a noite».
Então sentes o frio Duma qualquer cidade aberta, Sabes que as ruas estão contigo, Só o teu corpo está em parte incerta. O vento Que gritas, Mais alto Que o nome, Que o medo de ti...
Desenhos, Desejos, Nos lábios, No sangue Duma parede qualquer.
E sobre a mesa um mar fechado, Uma aguarela feita de luz, Um passado nunca acabado, E um beijo que alguém depôs. Palavras, Traídas, Que fogem E dizem: «Não me deixes nunca».
Aqui o tempo não é tempo, É só um chão que ninguém pisou, Trazes um louco no pensamento E um Verão que se eternizou.. Estradas Que soltas Dos olhos, Dos mundos Que trazes em ti...
Desenhos, Desejos, Nos lábios, No sangue Duma parede qualquer.
Há um mágico Que não cabe nas tuas mãos, Trá-lo no peito Com a força do trovão. E cada passo É mais distante do que o que vês, Talvez bastante, Talvez discreto Para mostrar quem tu és.
Mágico……
Compositor: Pedro Machado Abrunhosa (Abrunhosa Pedro) ECAD: Obra #4685939 Fonograma #3347500