Há amores estranhos fundos sem razão - são secretos vivem na cumplicidade indizíveis nas palavras que aqui vão são impróprios de viver em liberdade levaram a ternura ao exagero e a um excesso saboroso a nossa pele só compreende quem sente o latejar bem mais dentro que os olhos do olhar, há amores que não posso aqui explicar pois quer queiram quer não inda vivemos na pré-História de um Futuro de cem mil anos nas grutas de um sentir que não sabemos
há uma palavra escandalosa e proibida quando se fecha a porta e começa a fantasia e me sento no sofá e desligo-me da vida e fico Senhor completo do teu corpo e o código começou e tu me ofereces o máximo que alguém nos pode dar e a guerra não tem hoje nem tabus são duas vontades grandes que ali estão e mais que as mãos e a boca e o Futuro e o vício de dois corpos seminus amarro em ti a vida que me escapa e acordas-me explicando o mundo todo e cedo a esta raiva que me mata
e sinto em ti Mulher, Mulher de mais e houvesse aqui, agora, já, um altar e eu casava-me contigo poro a poro, casava-me contigo em todos os rituais se é que não estou exactamente assim casando o ontem com o presente e o infinito e a cada jogo beijo salto ou grito pressinto o chão fugir e o mundo longe e há um abuso consentido que não peço e tu olhas-me plácida e tremente raiva e calma e a tormenta desabrocha e sai de nós pela porta escancarada do excesso