É querosene, é gasolina e o motor vai rodar Segura a saia pro vento não levantar E bota lenha na fogueira pro feijão cozinhar No microondas põe pipoca pra estourar.
Cana-de-açucar, biodiesel e vende o boi de puxar Porque a máquina não pára de lucrar. É de mamona, é peroba, óleo de tudo que há Mas falta pouco pro petróleo acabar.
O óleo diesel ainda tem Lobo-guará, tupinambá tinha também Água de rio ainda tem Apinayé, mico-leão tinha também
É raio laser, é vitamina pra tentar segurar A mão do tempo que não pára de surrar É um gigante catavento, a energia a girar A mesma força que provém da luz solar
Avião à jato, automóvel vão de lá para cá Até o inverno tá mudando de lugar. É Irapé, é Sete-Quedas pra nação funcionar Toma essa enxada "que é pra mode capiná"
O óleo diesel ainda tem Lobo-guará, tupinambá tinha também Água de rio ainda tem Apinayé, mico-leão tinha também
O alumínio ainda tem Coisa de um, de dez, de mil, coisa de quem? E se faltar vai ficar sem Não adianta nem rezar dizer amém
O mundo gira, a terra frita. Dança catira enquanto deixa incendiar. Já ta na mira a marcassita Para meter no tanque e ver o que é que dá
Compositores: Carlos Magno Mello Dias, Pedro Alves de Morais (Pedro Morais) ECAD: Obra #3991116