Terra Brasilis, continente, Pátria mãe da minha gente Hoje eu quero perguntar Se tão grandes são teus braços, por que negas um espaço aos que querem ter um lar? Eu não consigo entender Que nesta imensa nação Ainda é matar ou morrer Por um pedaço de chão Lavradores nas estradas Vendo a terra abandonada sem ninguém para plantar Entre cercas e alambrados, vão milhões de condenados a morrer ou mendigar
Eu não consigo entender Achar a clara razão de quem só vive pra ter E ainda se diz bom cristão
No eldorado do Pará Nome índio carajás, o massacre aconteceu Nesta terra de chacinas essas balas assassinas todos sabem de onde vêm É preciso que a justiça e a igualdade sejam mais que palavras de ocasião É preciso um novo tempo em que não seja só promessa repartir até o pão A hora é essa de fazer a divisão
Eu não consigo entender Que em vez de herdar um quinhão teu povo mereça ter só sete palmos de chão
Nova leva de imigrantes Procissão dos retirantes Só a terra em cada olhar Brasileiros, vão com nós Vão gritando, mas sem voz Norte a sul não tem lugar
Eu não consigo entender que nessa imensa nação ainda é matar ou morrer por um pedaço de chão
Pátria amada, ó Brasil De quem és, ó mãe gentil eu insisto em perguntar
Dos famintos, das favelas ou dos que desviam verbas pra champagne e caviar
Eu não consigo entender Achar a clara razão de quem só vive pra ter E ainda se diz bom cristão
Compositores: Pedro Munhoz Barbosa Filho (Pedro Munhoz), Martim Cesar Ramires Goncalves (Martim Cesar) ECAD: Obra #1649205 Fonograma #39587143