Sentei minha garras no lombo d’um redomão pangaré E me larguei prum fandango num galpão de Santa Fé Já sai com uma potranca desdobrando um chamamé Daqueles bem sacudido de frouxa o couro dos pé.
Eu sou do pampa gaúcho e a minha raça não nega Aquela prenda lindaça vinha me dando uma esfrega Por volta da meia noite parecia um pega-pega Se aninhando no meu peito que nem perdiz nas macegas.
Um candeeiro fumacento na forqueta d’um esteio Um piso socado a maio que parecia um espelho Dancei de espora e de pala no cabo da faca o relho E a bota cano comprido, puxada a riba do joelho.
Virava pra madrugada dei um cachê pra o gaiteiro Mandei que tocasse um xote daqueles bem galponeiro Fiz um convite pra prenda no meio do entrevero Pra vir conhecer meu pago o meu torrão missioneiro.
Quando amanheceu o dia nós tava longe de lá Unidos num só destino e o mundo pra nós tranquiar No topo de uma coxilha vou vivendo a Deus dará E a china enfeita o rancho com meia dúzia de piá.
por nelson de campos
Compositores: Pedro Marques Ortaca (Pedro Ortaca), Ivan Gomes Escobar (Ivan Escobar), Euclides Moreira Alves (Quide Grande) ECAD: Obra #1032934 Fonograma #644984