Me batizaram milonga, pampeana por sobrenome Que céu a dentro se some e campo a fora se alonga. Cadência que se prolonga sem data de nascimento Das catedrais do relento, pajé feiticeiro monge Meu som foi parido longe, nos alambrados do vento.
Me escutaram San Martín, Osório, Bento, Rivera Mas é a pampeana bandeira que hasteio dentro de mim. Ânsia ameríndia, clarim de um hemisfério que berra, Ao som da enúbia, de guerra, cordiona e bumbo legüero Nasci minuano e pampeiro num bordoneio de terra.
De tanto andar em patriadas, nas três yestas campesinas Trago manojos de crinas, de entreveros e potreadas E nas cordas afinadas da guitarra chimarrona Enredei muita sinhá-dona com promessas de namoro, Transando catres de couro com prima, quarta e bordona.
De cada estrela que apago, guardo o último lampejo Nesse gauderiar andejo de cruzar de pago em pago. E assim nesse trago-a-trago de payadas e repontes Eu sempre retorno às fontes e a noite sempre me agarra Bordoneando uma guitarra, presente dos horizontes.
Compositores: Jayme Caetano Braun, Pedro Marques Ortaca (Pedro Ortaca), Raul Eduardo Pereyra (Talo Pereyra) ECAD: Obra #22768 Fonograma #1882968