(Levanta-se na paisagem desta minha alma campeira As crinas da cabeleira daquela indiada selvagem Que misturava a coragem com rasgos de fidalguia Entremeando ventania com terra e com sacrifício Peleadores por oficio por que a vergonha exigia)
Olho no espaço e vejo na brasa que o céu destapa A minha terra farrapa, fruto do nosso falquejo O berço altivo do andejo que encarava o sol de frente A gente da minha gente, a cepa, o tronco, a raiz Posta perante o país na condição de indigente
(Velhos sinais de perigo ou melhor dito , de luto Até parece que escuto trovoadas do tempo antigo Quando o taura ao desabrigo com sangue a meia costela Calçava o pé na cancela neste garrão de querência Pra manter a permanecia da pátria verde amarela)
Chego até escutar os gritos de soldados e paysanos De índios e castelhanos surgido dos infinitos Cumprindo os sagrados ritos de guardar linha e barranca Legenda que não se arranca dos que queiram viver Mas preferiam morrer à erguer bandeira branca
(Talvez que alguns te reneguem chão dos meus antepassados Mas que importam renegados, eles e aqueles que os seguem Que se avacalhem, se entreguem haverá sempre um turuna Haverá um garrão de tuna com fibra e com coração Para dizer que este chão não é uma terra reiúna)
Aqueles que não entendem nossa base de estrutura Ou não leram a escritura de onde os gaúchos descendem Os que compram e que vendem sem respeitar a legenda Os do encobre e do remenda, do esbulho e do desmande Não sabem que este Rio Grande não é uma sucata a venda.
por nelson de campos
Compositores: Jayme Caetano Braun, Pedro Marques Ortaca (Pedro Ortaca) ECAD: Obra #161985 Fonograma #1265648