Em cada verso que desembreto do peito Levo a meu jeito sentimentos campo a fora Que se afloram por nascentes que nem sei Voando livres qual os pássaros na aurora
São versos xucros que jamais serão domados Nem aramados conterão o seu destino Igual meninos andam livres por aí São como eu que não nasci pra ser mandado
Mas muitos cantam para o agrado dos senhores Sem ter valores fantasiados de nativos São corrosivos das sementes da querência E sem essência vão formando seguidores
Mas o que importa é que eu cante a toda voz Os sentimentos que buscam mais igualdade Para que sempre o meu canto faça foz Quando encontrar um canto de liberdade
Cantos as raízes da essência do meu pago Por isso eu trago nas torrentes que carrego Um sentimento tão gaúcho e missioneiro E vou peleando para ver se não me entrego
Eu seguirei cantando pelos caminhos Plantando flores para nascer novas sementes Pra que o futuro não seja feito de espinhos E um canto livre faça de mim sua vertente
Nunca se entrega quem tem anseios maiores Pala cultura desta pátria, deste chão Que nossa luta resulte em dias melhores Para os que plantam sementes no coração.
por nelson de campos
Compositores: Pedro Marques Ortaca (Pedro Ortaca), Jorge Enio Pinto dos Santos (Jorge Enio) ECAD: Obra #1033018 Fonograma #644994