Que ânsia maleva que escarva em meu peito Que vontade capeta de ter que sair É a malvada saudade da noite teatina Que me empurra de encontro para onde quero ir Um banho de sanga e os panos de festa E o potro de trato e aperos chapeados A estrada em silencio me escuta cruzando Sabendo que vou retoçar no povoado
Pirilampos me acenam com luzes salteadas A lua desliza prateando o capim Mariposas rodeando o candeeiro da noite Chorando saudade que sentem de mim Esta ausência termina de pronto e de soco No clarim do meu potro anunciando a chegada E os acordes sonoros da noite guria Parindo cantigas se faz madrugadas
Se o breque do tempo me manda que pare O relógio da vida me manda seguir E o abraço matreiro da noite pampeana Me maneia de amor para não ter que partir Então assim fico apalpando as estrelas Bulindo o destino da flor mal-me-quer E o abrigo da estância que espere minha volta Num retorno sovado de trago e mulher.
por nelson de campos
Compositores: Pedro Marques Ortaca (Pedro Ortaca), Julio Cesar Fontella dos Santos (Julio Fontella) ECAD: Obra #164912 Fonograma #1265644