Eu ando na estrada cansando o cavalo Botando sentido nas coisas que vejo
De cima do arreio campeio meu rumo E aos poucos me aprumo por sobre os pelegos
Um trago de canha, um mate cevado E um sonho “a lo largo” no sul do País
Campeando um sorriso além da saudade Aprendo as verdades da vida que eu quis
(Eu sinto que a estrada me ensina aos pouquinhos e sigo sozinho sem medo de ir Vencendo distâncias, cruzando fronteiras, encontro nas ânsias razões pra seguir Eu trago a esperança estampada na cara e guardo as lembranças das coisas que fiz Com raça e coragem eu topo a parada e agüento o repuxo firmando a raiz
Ah! Tristeza gaúcha que eu trago no peito Trançando essa história com fibra e com jeito De quem sabe bem levantar quando cai Ah! A estrada é comprida e andar vale a pena Pois quem busca sonhos de alma serena Tocando pra frente sabe aonde vai)
Assim me sustento e tapeio o Chapéu Andando “a lo léu” nas voltas do pago
Descubro a querência nos fundos de campo E canto o Rio Grande nos versos que faço
Ternura e silêncio nas horas tranqüilas, Destreza no braço pra quando é preciso
A vida me leva conforme seu tranco E assim me conduz mansamente em seus trilhos ( )