Sei como se trança um laço E sei temperar o aço pra uma faca de respeito Sei como se faz um mate E também dar o arremate num nó de lenço bem feito Sei a linguagem da lua E cada mensagem sua, lendo o livro do lua Só não sei prever as manhas Do par de estrelas castanhas que trazes no teu olhar
Sei onde meto o cavalo E quando arrisco um pealo tenho confiança no braço Sei de nuvens e de ventos E sei o melhor momento pra cada coisa que eu faço Sei a lida da campanha E quando um potro se assanha eu sei como lhe amansar Só não sei domar as manhas Do par de estrelas castanhas que trazes no teu olhar
Sei bem mais do que ninguém As baldas que a tropa tem e também os seus caprichos Sei do boi pelo mugido Pois afinei meus sentidos ouvindo o berro dos bichos Sei de reza e cruz de sal Pra se amansar temporal e a tempestade passar Só não sei benzer as manhas Do par de estrelas castanhas que trazes no teu olhar
Sei de cor o meu caminho E aprendi a andar sozinho como quem sabe o que faz Sei enganar a saudade Pra nunca sentir vontade, nem ganas de olhar pra trás Sei escapar de emboscadas E nem mesmo alma penada consegue me amedrontar Só não sei fugir das manhas Do par de estrelas castanhas que trazes no teu olhar
Compositores: Afonso Machado Greco (Pirisca Grecco), Silvio Aymone Genro (Silvio Genro) ECAD: Obra #37274434 Fonograma #12371309