O enfurecer do vento A inquietação da bicharada A viração que levanta a poeirama da estrada Ao meu cavalo não diz nada
A reclusão dos paisanos covardes com a vida atada O uivo da ventania A chuva vindo guasqueada Ao meu cavalo não diz nada
Cruzo o campo buscando a paz E meio a fúria louca dos temporais Emudecendo os rastros deixados pra traz Sigamos eu, o baio, a chuva, o raio e nada mais
Com alma de nuvem clara Calma de água empoçada E ânsia de seguir o vento no dorso das invernadas Faço no tempo morada
Feito um fantasma sem rumo Cortando a várzea encharcada Com descaso da enxurrada que leva a terra por nada Faço no tempo morada
Cruzo o campo buscando a paz Nem que corta a pele o frio que nos castiga E o baio não nega um passo nem com água até o pescoço Cancha antiga Sangue moço
Cruzo o campo buscando a paz E meio a chuva fúria louca dos temporais Emudecendo os rastros deixados pra traz Sigamos eu, o baio, a chuva, o raio e nada mais
Compositores: túlio urach, Pirisca grecco e tukano netto