Num bolicho costeando a estrada A palidez do candieiro Detrás do balcão, por trás do bigode O sonho do bolicheiro Na prateleira, garrafas perdidas Entre teias de aranha e poeira
- Acorda Parceiro, me serve uma canha!!! Me comoveu teu capricho, Mas dispenso a teia de aranha Não me agrada o instinto do bicho. Aliviei a canseira naquele gole de pura E vi uma estranha figura no meio da fumaceira
Virado em zóio e cavêra A tosse curtida e a tremedeira O baralho e a manha de quem tenteia Como a tecer sua teia
Um desafio, e nós já se atracamo Num truco cego de mano Nunca vi mão mais ligeira Que a mão do tal calaveira No meio da fumaceira Virado em zóio e cavêra
Era um mistério a maleza que eu tava Nem “vinte pra Envido” ligava Quem perde um vintém, perde tudo que tem Não sei disparar de ninguém Mas me parei desconfiado De a sorte pender só pra um lado
As perdas passando da conta Eu marquei o espadão numa ponta Pra ver se pegava de jeito As manhas do tal sujeito
Virado em zóio e cavêra E a mão por demais de ligeira No meio da fumaceira A tosse curtida e a tremedeira
Justo na vaza mais feia Que o Às marcado na orelha Ficou no baralho me olhando Eu tinha o bastião, fui tenteando Dei “vale quatro”, ele não correu Joguei o bastião, ele matou, Outro Às. Fedeu!!!!
Chamei o corpo no Aço Decepei-lhe o braço E ele saiu feito louco Gritando agarrado no toco
No meio da fumaceira Num bolicho costeando a estrada Ficaram dois Azes de espada E a mão ligeira do calaveira
Compositores: Jose Antonio Goncalves Moraes (Juca Moraes), Marco Tulio Urach da Rosa (Tulio Urach) ECAD: Obra #935420 Fonograma #831629