Os sóis de setembro repontam lembranças, Trazendo a garupa nas asas do vento, Alvores de um tempo num pago criança, Por sobre o lombilho do meu pensamento.
Os moços de hoje desfilam garbosos, Com pilchas cedidas dos bens de família, Mas dentro do peito trazem orgulhosos, O mesmo amor dos heróis farroupilhas.
Cruzando avenidas parecem senhores, Em pingos ligeiros de cascos groseados, As rédeas, as bridas, os largos fiadores, Buçais e cabrestos e estribos prateados.
Das ancas, dos fletes, os lanços trançados, Bem apresilhados junto ao cinchador, Vestidos da lida com touros alçados, Rodadas, rodeios e pealos de amor.
Centauro farrapo, gaúcho imponente, Assim te descrevem as telas e livros, Mas quem te contempla, é certo que sente, Que teus ideais permanecem bem vivos.
O ponho pesado em vicunha encarnada, Pistolas pendidas das largas guaiacas, Que junto a cintura conservam guardadas, As onças e libras, tostões e patadas.
Chapéu bem copado de abas robustas, Preso ao barbicacho que pende do peito, Bombacha espalhada já ruta de lutas, E o mango campeiro impondo respeito.
As longas adagas de folhas estreitas, Bainhas soberbas de prata lavrada, Pesadas chilenas de grandes rosetas, Que ainda ostentam o pó das estradas.
Compositores: Jose Ataides Sarturi (Nenito), Angelo Franco Moreira Sarmento (Angelo Franco) ECAD: Obra #10986472 Fonograma #1302505