Desceu correndo a ladeira, 500 passos apressados, Com sua ficha no arquivo de juridição. Passou voado num cruzamento, quase morreu três vezes, Mas isso é rotina que já não assusta irmão.
Notou gente diferente, mas que agia igual, Não percebendo se a matéria diversificou. Seu sonho era o trabalho, comprava o jornal, Todo dia à espera de viver a vida de doutor.
Realidades se cruzam em estradas tão escuras Que quase não entendemos nossa existência, Mas nossa ginga, malandragem e jogo de cintura, São a cultura que nos livra da eminente falência.
Um farol quase me cegou , Por um momento vi o céu caindo em minha mão, Desnorteei, a obra se restaurou Vi minha vida inteira diante dos meus olhos pela contramão.
refrão: Bate na porta do terror de cada dia Entre a vida e a morte, se olhando no espelho. Era o dono da verdade, só precisava de sorte, alguém que o olhasse, Mas quem é esse rapaz com o rosto todo vermelho?
Não corra do fundamental, o fundamento do ensino é algo essencial Não sonhe em aparecer na capa do jornal, sem antes batalhar ou morrer de forma anormal. Não faça pose de burguês, se não recebe todo mês, Não faz todo dia o lanche das seis, se é apenas mais um refém, mais um fregûes.
Pesquisas mostram que o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo, mais da metade da população é pobre, enquanto meia dúzia de gatos pingados têm a posse de todo o dinheiro em circulação. A qualidade de vida do brasileiro não vai melhorar enquanto a gente não mudar com essa nossa mania de individualismo que toma conta. Esse mundo não é material! Não deixem com que esse papel pintado tome conta de nosso modo de pensar. Quem vale mais? O dinheiro ou o brasileiro?
refrão: Bate na porta do terror de cada dia Entre a vida e a morte, se olhando no espelho. Era o dono da verdade, só precisava de sorte, alguém que o olhasse, Mas quem é esse rapaz com o rosto todo vermelho?
Compositor: Andre Rios Mazin (Andre Rios) ECAD: Obra #10820906