Certa feita na fazenda, o sinistro fez visita Mutilando o meu rebanho de forma esquisita Procurei por toda parte respostas encontrar Mas ninguém me disse nada que eu pudesse acreditar
Esse povo é muito doido, já inventaram a nova praga O motivo da minha ira era um tal Kavookavala Todo mundo que o viu, fosse mouro ou cristão Disse que não resistiu e se mudou da região
Até Timbó Mané, cara que nunca pede arrego Ao deparar-se com o bisonho, se desmaiou de medo Não podia ser verdade, seria feio assim? Disseram que por onde andava nem crescia mais capim
Não sou homi de loucura, nem de briga ou me vingar Dei um berro em minha fúria: "Esse bicho eu vou pegar!" Sem conversa fiada, fiz promessa de homem Que se esse bicho eu não pegasse, eu trocaria até de nome
(O quê?) Sem medo e nem frescura, fui caçar o bicho no mato (Hã?) Sem esquecer da minha garrucha, provisões e um bom casaco (O quê?) Passei noites em vão, muito frio e escuridão (Hein?) Entretanto aquela noite, eu também vi a aberração (Ahh... mentira!)
Será o filho do capeta, tão horrível a besta-fera? Deve ser de outro planeta, pois da Terra é que não era Pra parar com a bagaceira, só garrucha até no talo Mirei mira certeira, preparando o meu disparo
Pra dar o tiro certo, com toda precisão Atiro entre uma batida e outra do meu coração Mas será o Benedito? Muito fraco espirrei Que espirro véi maldito, e o meu tiro eu errei
Com o barulho do pipoco, urrou a aberração E veio feito louca na minha direção Chegou a minha hora, e é agora que eu tô frito Queria ver a minha cara quando eu dei aquele grito
Berrei um som do inferno bem mais feio que de um cão Assustado com meu berro, ele morreu do coração A cabeça decepei e o corpo eu dei pra NASA Não pôs fé no que eu contei?
Vem ver o crânio, tá lá em casa (O quê?) O couro esfolei, deu um trabalho do cacete (Hã?) Deixei secar no sol e hoje uso de tapete (O quê?) E na praça da cidade, mil estátuas colocadas (Hein?) E embaixo está escrito que eu matei Kavookavala (Ahh..mentira!)
Compositores: Martim Lutero Batista Reis (Telo), Rodrigo Aguiar Madeira Campos (Digao) ECAD: Obra #779107 Fonograma #946863