Peço licença senhores Para esparramar meu canto E a todo lugar que ande Exaltar meu pago santo. Um orgulho que se expande Com minha guitarra em pranto. E me tapo de alma grande. Com o missioneiro manto.
Tem o sangue Guarany Correndo dentro das veias, Quem tem raiz por aqui Não teme parada feia. Sempre que eu me perdi Vim me encontrar nesta aldeia A Sepé sempre segui, No clarão da lua cheia.
Tenho as franjas do meu pala Tisnadas de rubra poeira E um sotaque na fala Que herdei da missão guerreira. Tudo que trago na mala É devoção verdadeira Por um pago sem iguala Minha terra missioneira.
Riqueza não me seduz E nunca tive padrinho. Se o ferro branco reluz, Tranço a folha sozinho. Sou eu quem apaga a luz Enquanto houver gaita e vinho, Sou igual ao avestruz Que nunca abandona o ninho.
Respeito à crença divina Com fé em nosso senhor, Mas quando a missa termina Eu saio a campear amor. Sei que o olhar de uma china Sempre procura o cantor, Se deve a isso minha sina Guitarreiro e payador.
Compositores: Maximiliano Alves de Moraes, Vlademir Coceiro Nunes (Xuxu Nunes) ECAD: Obra #10894956 Fonograma #2470678