Quando eu abro essa cordeona, num fandango de galpão Nessa vaneira chorona, faço entupi o salão Já se forma o entrevero, só não dança quem não qué Parece até um fomiguero, quando se dá um pontapé
E a cordeona goeluda, continua nesse tranco Nessa vaneira beiçuda, de saltá xiru do banco
Esses meus dedos ponteiam, e fazem berrá botão Eu vou metendo floreio, entre a poeira e o clarão De vez em quando uma dona, me alcança um bilhetinho É um pedido de uma marca, que eu atendo com carinho
E assim eu vô metendo, uma de atraz da outra To falando é das vaneira, dessas bem crua da boca E o povo vai deslizando, igual sabugo em corredeira Quem dança pouco no meio, e os dançador só pelas beira
Ouço uma velha falando, menina não te apaixona Por que este gaiteiro taita, é amaziado com a cordeona Mas eu faço que não vejo, e continuo enticando Pisco o olho e atiro beijo, pra aquelas que tão me olhando
E assim clareia o dia, e o surungo se findando Eu de olho nas guria, e os pais delas me cuidando Chega até saltá faísca, dos zóinho me piscando E na hora da despedida, chegam até saí chorando