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Ratatatá (Com Nic Dias, Zudizilla e Fúria)

RAP, falando


808

Fora do cartão postal
É a fome que decide
Seu Mc favorito
Sempre atrás de money e bitch
Nada disso é pessoal
Mas pra vocês nós nem existe
Não quero sentar na mesa
Então fica olhando e assiste
A guerra não acabou
Macunaíma, filme de terror
Suja de sangue, pronta pra matar
Senhor de engenho, ódio e rancor
Não te pedi por favor
Bandeira branca não é da minha cor
Me nega afeto, não morri de medo
Na sombra da morte, Cristo me abraçou
Brasil
Quarto de despejo
Onde o filho chora sozinho no enredo
Corpo encardido, finge que não viu
80 tiros, pistola e fuzil
Mesmo que não queira, tu vai me ouvir
Ouve meu som, sabe de onde eu vim
Bruxa do norte, mulata é o caralho
Nega drama, porra, dona disso aqui
Bala na cara dos covardes
Bala na cara dos covardes
Sua cabeça tá na minha mira
500 anos pronta pro abate
Bala na cara dos covardes
Bala na cara dos covardes
Sabe que quando nós tá no jogo
É pouca emoção, muita verdade

Tô nessa fita, faz uma cota
Direto das ruas mais quentes, nigga
Conta bancária nós nunca teve
Na mente eu guardo o sonho de vitória
Esforço sem fazer economia
Poupança dela me interessa
Eu só tive pressa pra fugir dos homi
Eu tô tranquilão, tô portando erva
Deixei as peças, é caminho sem volta
Volta, volta, volta a fita
Se um dia eu fui sombra, hoje somos um Sol
Que invade celas, ilumina vidas
Meu canto é o som que incendeia a reolta
Volta, volta, ó que fita
Quase botaram um ponto final na minha história
Páginas da vida
Eu tenho cês tudo na minha lista
Tocando na pista, traga whisky
Fogo nos racistas, é pouco papo
Quero que me traga o filho do ex-presidente
Põe no ringue
Vou jogar na preta uma bolsa da Gucci
Jaqueta da Prada, um anel de ouro puro
Sem taxa de câmbio, é mandar minha grana
Pras ilhas Cayman, pra viver só de lucro
Deixar meu sorriso valendo o dobro do que esse teu
Choro pra me pagar a vista
Mesmo que eu saiba que isso não me safa
De abordagem de rotina
Já tô cansado de achar que é rotina
Preto alvejado por armas dos tiras
Preto invocado demais pro teu quintal, leão
Essa selva é minha, hey
Pensa duas vezes, melhor não vir não
Minhas damas são bem mais selvagens que o teu bando
Pensa duas vezes, melhor não vir não
Minhas damas são bem mais selvagens que o teu bando

Se vocês são leões, eu sou guerreiro maasai
Onde matam por cifrões, eu não morro por mais
Tomando coroa de volta
Mostrando que nunca se perderá a classe
Tô acostumado com carne, filho
Não me ofereça alface
Me ofereça folhas raras
Existem palavras que parecem um tapa na cara
Tó mais um tapa na cara
Tu fica no banco, não sabe o que fala
Ideias tão raras fazem tanta sala
Eu tento explicar e cê desacredita
Depois de uns versos me acha rebelde
Mas eu tenho causa, ninguém tá moscando
Deboche tosco nós chega arrastando
Torço pro progresso de quem tá correndo
Independente de pele e da origem
Mas o emocionado se entrega ao momento
Pode pá que nesse se aplica a vertigem
Racismo reverso vem mamar meu
Papo louco de pensamento
Eu sei que pra isso não existe rédea
E que o julgamento vem no movimento
Tiraram a graça da peita amarela
Crime, boato e fake news
Enquanto isso um dos meus cai no gueto
Só que isso cê não viu
Outra geração pra mudar essa história
Cobrar esses babaca e recobrar a memória
Síndrome de Monark
Já disse a Nic, teu remédio é ratatatá

Compositores: Julio Cesar Correa Farias (Zudizilla), Lucas Borges de Souza (808 Luke), Nicole da Silva Dias (Nic Dias), Gustavo Nascimento Pereira
ECAD: Obra #45470171 Fonograma #53774716

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