Vida bandida sofrida Casca de ferida Na hora do flagrante tremenda batida Sujo geral, geral Foi foda meu irmão Me desculpe se falo palavrão Ai jão, é só o que vem a cabeça nessa situação Planejamos a fita há muito mais que um mês Tinha até um mapa não sei o que aconteceu O mano mais chegado Aquele dia morreu Tudo estava certo ao chegarmos no local Não havia sujeira estava tudo normal Enquadramos o guarda na maior cara de pau Invadimos a goma até então alto astral Não fizemos barulho Fumamo até um bagulho Tiramo as jóia do cofre Batemo aquela larica Pra quem desacredita Foi quando tudo aconteceu Barulho no portão Revolver na mão Coração a mil Escureceu e ninguém viu (sumiu) Tiro pra todo lado Foi quando o mano caiu Tivemo que se entrega pode acreditar (pode acreditar) Tu sabe como é, quem esteve lá Procuro não acho emprego com filho para criar Na base do desespero Quero vê cara se o crime compensa, compensa ou não Ai gente boa Vida bandida culpa da situação
É mais um mano Trampando na biqueira da quebrada (que parada) Na esquina o movimento a bocada (vai vendo) Com 16 já assinou um b.o (ó) Comerciante da pedra e do pó (ó) 23 anos no peito um crucifixo E traficar agora é o seu novo serviço (por quê?) Com o patrão já firmo um compromisso 800 reais por mês é o seu vício (pára com isso) Quem ganha isso é difícil hoje em dia Ainda mais por aqui Zona sul periferia A freguesia vai de vento em polpa Nóia não tem dinheiro Empenhora até a roupa (que tem) Que vida loka, Deus me livre guarde Pois não é minha cara embarcar nessa viajem (não eu não) Infelizmente o crime não é creme E ele segue esperto de olho na p.m E embaçado um dia a casa cai E não será seu filho, mais um órfão de pai Peço a deus para me guardar E meu caminho sempre iluminar Pois não queria ser analfabeto Queria ter estudo, colegial completo Queria tem emprego Uma ocupação (por que não?) Vida bandida culpa da situação
Conversas como essa eu escuto todo dia (ave maria) Vice vida da periferia Os mano com talento desperdiçando tempo Uns comem caviar e outros dormem ao relento (no relento) Esse é o brasil Puta que o pariu Moleque de 12 anos carregando um fuzil (na mão) Me da tristeza ó, como eu lamento Se paga uma propina continua o movimento Isso já faz tempo E todo mundo sabe Seja na favela, seja na coabe Esse é meu salve pra toda a molecada Que está no crime achando que não pega nada não Escuta o que eu digo pois eu sou seu amigo Prevenindo antes do perigo Pois se você cair Difícil levantar Todas as portas irão se fechar Passará o resto de sua vida feito um peixe na rede Atrás das grades entre quatro paredes Então comece a confiar na força da honestidade Trabalhe irmão, essa é a melhor faculdade Estude pra um futuro melhor sim Tenho certeza não Irá se arrepender Pois o problema é a renda e a má distribuição Vida bandida culpa da situação.
Compositor: Antonio Luiz Junior (Rappin Hood) ECAD: Obra #1006857 Fonograma #1002756