Luto todo dia, preto é luto todo dia Se eu não pego a minha caneta e junto rima e melodia Luto todo dia, preta é luto todo dia Mais um que se foi, quem avisa sua tia? Essa filosofia branca que destrói Entra na rede sanguínea e te corrói Feliz quando me veem andando de Caloi Preto fodido de carro, chamam de boy
Pesado nas linha, onde a censura ameaça A volta e a desesperança fez um monte dos nosso reaça Em meio à nuvem de fumaça e efeito moral De uma falsa moral, seca o choro na bandeira enquanto nossas lágrimas regam o seu laranjal Uau Extra, extra, um preto foi morto no Extra! O preço é alto pra nóis, foi liquidação mas o boy contesta Os memo que celebra escravidão com festa Faz piada com Mbappé E depois se desculpa, do alto do seu privilégio que ele não aceita ter Relações digitais, só as contas são pessoais Cada um olhando sua tela mas as redes são sociais E eu meto marcha, faço da arte o engate, bora puxar o carro Puxar o bonde, puxar o coro, que o silêncio mata por dentro igual cigarro Eles tiram sarro quando os nossos pedem socorro Mas logo mudam o semblante pra sério quando vê nóis dando rolê no SoHo Resistência não é quebrar nada, é ter postura que pu cês é rara Querem o pior pra mim e eu resisto depois vocês é que quebram a cara
Luto todo dia, preto é luto todo dia Se eu não pego a minha caneta e junto rima e melodia Luto todo dia, preta é luto todo dia Mais um que se foi, quem avisa sua tia? Essa filosofia branca que destrói Entra na rede sanguínea e te corrói Feliz quando me veem andando de Caloi Preto fodido de carro, chamam de boy
Tem noção que a cada 23 minuto, uma mãe preta fica de luto Vidas que vão sem clemência ou tributo Violência é o produto interno bruto (Literalmente) então eu repercuto já tamo preso e eu quero meu indulto Esculpo pérolas e não me desculpo ocupo mentes por isso preocupo os puto Quebrada não quer só curtida, também quer cultura Se não abrir os olhos, num futuro próximo dívidas do passado virão na sua fatura Porque nossa história sofreu uma fratura Por interesse só de quem fatura É a vez de ter menos de nóis num reformatório e muito mais numa formatura Poesia em forma pura e o argumento que informa cura Aquela carta não salvou ninguém cês tão confundindo Isabel e Sakura Ainda somos todos alvos, nada mudou desde Estereótipo, mano E o mais embaçado é que quase nada mudou desde Holocausto Urbano Vamos juntar, formar nosso plano, pleno, pra tomar a cena Alterar o que eles chamam de sina longe dos pino, livre das pena O Leão de Judá caminha comigo, no meio da bagunça hedionda Aprendi que o legado é eterno, então seja o mar, não a onda
Luto todo dia, preto é luto todo dia Se eu não pego a minha caneta e junto rima e melodia Luto todo dia, preta é luto todo dia Mais um que se foi, quem avisa sua tia? Essa filosofia branca que destrói Entra na rede sanguínea e te corrói Feliz quando me veem andando de Caloi Preto fodido na quebrada não é boy
Compositores: Caue Granello (Dada Yute), Michel Dias Costa (Rashid), Luiz Ricardo Santos (Skeeter) ECAD: Obra #30672675 Fonograma #19738317