Raul Torres e Serrinha

Cabocla Tereza

Raul Torres e Serrinha


(“Lá no arto da montanha
Numa casa bem estranha
Toda feita de sapé
Parei uma noite o cavalo
Pra morde de dois estalo
Que ouvi lá dentro batê

Apeei com muito jeito
Ouvi um gemido perfeito
E uma voz cheia de dĂ´
VancĂŞ Tereza descansa
Jurei de fazê vingança
Pra morde do meu amĂ´

Pela réstia da janela
Por uma luizinha amarela
De um lampiĂŁo apagando
Vi uma cabocla no chĂŁo
E um cabra tinha na mĂŁo
Uma arma lumiando

Virei meu cavalo a galope
Risquei de espora e chicote
Sangrei a anca do tá
Desci a montanha abaixo
Galopeando o meu macho
O seu dotô fui chamá

Vortemo lá pra montanha
Naquela casinha estranha
Eu e mais seu dotĂ´
Topemo um cabra assustado
Que chamando nĂłis prum lado
A sua história contô”)

Há tempos fiz um ranchinho
Pra minha cabocla morá
Pois era ali nosso ninho
Bem longe deste lugá

No arto lá da montanha
Perto da luz do luá
Vivi um ano feliz
Sem nunca isso esperá

E muito tempo passou
Pensando em ser tĂŁo feliz
Mas a Tereza, dotĂ´
Felicidade nĂŁo quiz

Pus meu sonho nesse oiá
Paguei caro o meu amĂ´
Pra morde de outro caboclo
Meu rancho ela abandonĂ´

Senti meu sangue fervĂŞ
Jurei a Tereza matá
O meu alazĂŁo arriei
E ela eu fui percurá

Agora já me vinguei
É este o fim de um amô
Essa cabocla eu matei
E a minha histĂłria, dotĂ´

(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)

Compositores: Joao Baptista da Silva (Joao Pacifico), Raul Montes Torres (Raul Torres)
ECAD: Obra #186 Fonograma #3521

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