Vou com teu jeito que produz uma coisa no meu jeito, um efeito, nem sei explicar direito, e nem precisa explicar. O quê? É isso mesmo, é só isso e isso tudo, toda a química, humores, nossos olhares cruzados, suados, solares, que atravessam até os mares, e em qualquer momento é bom. O riso sem os disfarces são os melhores, sem as máscaras de cada dia, são como flores se abrindo. E a gente sabe e se quer e se mostra e se envolve e se dá. O acaso, doce acaso, mero acaso que te traz, assim, aqui pra mim. Se eu te quero, quero tua língua em minha boca, a tua boca solta no meu corpo todo. O teu corpo vibra, o teu corpo é vida, então que viva o corpo que é vida e vida é desejo e nunca é vulgar. Um furacão passa por nós, entre nós, sobre nós, fazendo nós, desatando nós, inventando nós, modificando nós, libertando nós. Sentir o corpo queimando, ardendo, é bom, é doce, é molhado, é ácido, é tudo ao mesmo tempo. Que loucura, a gente fica enfeitiçada, embriagada, com vontade de se tocar. E a gente sabe que o amor não se compra no mercado, que o amor não se compra no mercado. Que o amor não se compra no mercado, que o amor não se compra no mercado.
Compositor: Rebeca Rodrigues Matta (Rebeca Matta) ECAD: Obra #2527003