Peguei meu peito Pus alarme, pus segredo. Trava, trinco, tranca e prego. Qualquer coisa de pregar Botei um cachorro, um gato e um vigia. Reparando noite e dia, dia e noite sem parar. Apertei os parafusos do passado Meu presente eu pedi pra se ausentar Minha incerteza que é muito barulhenta Dei um tapa na venta e mandei pra Bagdá Por garantia eu colei todos os poros e Lhe asseguro que não foi com cascolar Mas quando entro na sala da minha alma Sabe quem está deitada no sofá? Sim, eu sei, a saudade não gosta de avisar. Não, não sei, por onde a saudade sabe entrar. Fechei minha alma e Joguei a chave dentro Fui pra ponta, vim pro centro. Pro meu rastro embaraçar Fechei o armário Na gaveta pus rosário No pescoço um escapulário e No bolso um patuá Baixei a cortina dos meus olhos Pra vizinhança falei que fui viajar Meu coração que é muito relutante Lhe dei um calmante e mandei se aquietar Por vários dias eu passei noites em claro Buscando um jeito dessa moça não entrar Mas quando chego no quarto da minha alma Sabe quem encontro de peignoir? Sim, eu sei, a saudade não gosta de avisar. Não, não sei, por onde a saudade sabe entrar.