Ricardo Bergha
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A Flor do Cabo da Faca

Ricardo Bergha


Carrego uma flor do campo
Que na cintura se une
Muitos lhe acham perigo
Eu trago pelo costume
Minha flor carrega um brilho
Que em outras causa ciúme
E embora sempre comigo
Nunca senti seu perfume

A flor que brotou solita
Sem precisar primaveras
Trazendo o brilho do ouro
Na sua imagem singela
Carrega junto do corpo
Sua mensagem sincera
Que mesmo assim sem ter vida
A vida se mostra nela

Talvez bem mais que um romance
Com juras se faz paixão
Na prata nasce o desenho
Por conta da inspiração
E assim por ser pequenita
A flor conhece a razão
Vem e se aninha, escondida
Por debaixo da minha mão

Tem a arte presa ao campo
Num relevo detalhado
Onde as pétalas comungam
A vida de lado a lado
Se alguém lhe olha comigo
Já pensa, ensimesmado
Melhor manter o respeito
Pra evitar um estrago

Essa flor carrega o lume
Que habita o brilho da prata
E embora bem desenhada
Nunca estampou serenata
Vive assim emudecida
Na sina que lhe arrebata
Tem ganas de ser do campo
Mas é do cabo da faca

Compositores: Rafael de Oliveira Ferreira (Rafael Ferreira), Filipe Calvete Corso (Felipe Corso)
ECAD: Obra #16481343 Fonograma #36296522

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