Apertei o senta-pêlo E ralhei com a cachorrada Que o domingo convidava No rumo, que lá se expande E a boeira escutava o assombro Deste meu chote campeiro Pra tentiá mais um floreio Com as bugra do Mato-grande!
Atei a boca de uma rosilha gateada Que tem festa e carreirada na cancha do Seu Neri Floreando as rédea me larguei, de trote largo Pra jogá os pila da canha num potro do Seu Ari!
E na cruzada do Barrerão prendi o grito Só por farra, e que é bonito um domingo no povoado E do outro lado me gritou o Seco Loco Que seguia, o mesmo rumo, num bagualão Colorado!
Porteira aberta e o corredor pela frente Pra se achegar no balcão e afoga o peso da estrada E o seu Petim, bolicheiro, já anunciava Tem pastel e rapadura pra entretê a gurizada!
Carreira atada, parelheiros já na forma Dê em pelo que é mais gaúcho, e anda ligeiro o tostado E o Ponta-fina, corpo leviano, joqueava Raspando a ponta da tala na anca do cobiçado!
Depois da farra tem baile nos Narigudo Onde os nêgo topetudo se fazem de burro guacho Pois, sabem bem que a bala come froxa Ou adoçando uma China, ou já costiando algum macho!
De pouca prosa e meio curto dos pila Sigo nos rumos da vila com cheiro de querozena E apeio certo num rancho, de fronte às gringa Pra amanhecer já garreado nos braços de uma morena!
Compositores: Diego Augusto Muller (Diego Muller), Filipe Calvete Corso (Felipe Corso) ECAD: Obra #16481336 Fonograma #13616518