Uma milonga e mais nada No baile lá do rincão Era o motivo que eu tinha Pra pegar na tua mão Cheguei assim, de mansinho Como quem cuida um pecado Pedindo um: Dança comigo? Com o timbre encabulado
Ganhei um sim, tão baixinho E nos olhamos de frente Buscando o passo pra dança Buscando amor de repente Senti teu cheiro tão doce Igual mel de camoatim E o couro fino da mão Tão liso qual um cetim
E a tua voz de cordeona, chorona Me contestava carinho baixinho E os olhos claros de Lua crescente Miravam os meus pertinho E uma cadente de ciúmes quedou-se E ganhou forma de flor no cabelo Tu no compasso do passo da dança Junto aos meus braços com zelo
Quando encostava o rostinho E teu nome me contava Deixou marcado em batom O lenço branco que usava Não faz mal a até foi bom Pois, assim, levo pra mim Tua boquinha de pitanga E teu perfume de jasmim
Mas ressentido é meu canto Pois, foi a dança e mais nada Ao te deixar solitária Em meio a sala, largada Mas foi o medo, minha linda Que me cessou o desejo De te dar sim, por amante E ganhar não por um beijo
Uma milonga e mais nada É o meu motivo de agora Pois, me envergonha o silêncio Que te ofertei outra hora Além da mão, eu te peço Pra te jurar com confiança O meu amor bailarino Pra continuarmos a dança
Compositores: Cristian Duarte Camargo (Cristian Camargo), Rafael Ferreira, Filipe Calvete Corso (Felipe Corso) ECAD: Obra #11755482 Fonograma #36296531