Precisei ser doce Uma dor de dente no ocidente Na clave da espera Aprendi as horas no relógio do orfanato Na janela do aguardo Meu último dia Era meu décimo oitavo aniversário Dancei, dancei com o fardo Que me levou até a porta Deixou de ser espera E virou tempo esgotado Hoje eu balanço na ternura e no ódio dos órfãos No triste bordado do beijo deixado na boca dos abandonados No sorriso raro de quem soube o que é nunca No intimo da promessa de se buscar quando desce Meu grande passo em direção ao amor Sou eu me levando no braço Pra onde ninguém me arranque Pra onde ninguém me deixe Se me blindo mais Ou se me brindo mais Me exibindo mais Ou me inibindo mais Rasgo e remendo o amor Eu brilho no escuro Escureço nas luzes Livre da cadeia Do orfanato dos adultos Esse poema é a fiança da culpa dos inocentes
Compositor: Jefferson Ricardo da Silva / Marcelo Serpe D'Almeida Cabral