Intenção
Eu estendo a minha mão
mas se precisar, meu braço vai junto
É por isso que cês sabem quem
quer sempre envolver o meu nome no assunto
E pra quem quer falar com defunto
liga no ontem que eu já morri
Mas meu santo é tão forte malandro
minha alma curou, renasci, tô aqui
Forte como antes, medo no zero
mas com os risco elevado no cem
Eu sei das responsa que levo no peito
e por isso não vou me render pra ninguém
Meu pai me ensinou o motivo de orgulho na pele
apesar de qualquer sofrimento
Aprendi, coloquei na bagagem
e meu coração preparei pros veneno
Intenso, incenso, do cheiro do fogo que queima o passado
De toda fumaça que sobe pro teto, torrando esses mil baseado
De cada centímetro cúbico desse meu sangue, que corre cansado
De cada lembrança grafada, ou fotografada que tenha queimado
Não, não, essa não era a intenção, jão
Essas coisas sempre estão, tão
Longe de qualquer porque
Que a contradição, pode fornecer
Então
Desabafo, eu risco, eu tenho motivo, eu tenho contrato assinado
Fala comigo, passa o recado, vezes aéreo, embriagado
Nunca sozinho, sempre com os cara do lado
De roupa larga e sorriso largado, a inquietude dos olhos, calado
O vício é maldito mas forma caráter
No momento que você percebe
que o mesmo nasceu pra morrer como arte
Um porre de tanta tristeza é a droga mais velha da humanidade
É o mal que me assombra, minha própria sombra, minha identidade!
Meu carro vermelho ainda é o mesmo, eu não deixei a inveja levar
5 anos são muito tempo, da muito tempo pra tu pensar
Diferente de quem me julga eu só aprendi a me melhorar
As feridas sempre se curam mas mesmo assim vou remediar
Embaçado, injuriado, tô estressado, e preso num loop
Ansioso, inexistente, pelo futuro onde eu não pude
Controlar, e nem sequer ver, e ter que esperar o meu episódio
Transformar em aprendizado o que no passado era só ódio
Eu falo tão negativo que a intenção mudou de caminho
Tipo telefone sem fio, papo distorcido mas sempre reto
E o destino tava traçado, primeiro som, lamento sozinho
Continência marginal, foi jab, foi gancho e soco direto
Eu não paro porque eu não posso
Às vezes também porque eu não consigo
E sipa também eu nem quero, e ser como sou são ossos do ofício
Necessário pra minha vida, e também pro meu reinício
Sofrimento é realidade, e não dói se for fictício
Não, não, essa não era a intenção, jão
Essas coisas sempre estão, tão
Longe de qualquer porque
Que a contradição, pode fornecer
Então
Compositor: Gabriel Vieira Ritir (Ritir)
ECAD: Obra #31744433