Tantos sonhos são desfeitos, Uma mãe que afaga o peito, Seu filho que vai partir. Pra longe vai o imigrante, Pra outra terra distante, Outro caminho a seguir. Mal ele sobe ao navio, Ao coração dá-lhe um frio Das saudades que já tem, E olhando o lenço branco Que se agita, vem o pranto, E acena para ninguém.
Nunca mais, nunca mais, À terra há de voltar. Nunca mais, nunca mais, À terra há de voltar.
Há pouco tempo chegaram, Mais mil anos se passaram Dentro do seu coração. E, aos poucos, o desgosto Deixou mazelas no rosto, E calos na sua mão. Mas manda cartas aos seus, Dizendo graças a Deus Pelo destino que tem. Feliz, a mãe as recebe, Jamais, nas linhas, percebe Que sofre como ninguém.
Nunca mais, nunca mais, À terra há de voltar. Nunca mais, nunca mais, À terra há de voltar.
E depois de alguns anos De esperanças e desenganos, Pela fé foi que venceu. E foi com tanta alegria Que ele viu chegar o dia De poder rever os seus. Hoje há festa na aldeia; À noite, faz-se uma ceia Pra alguém que vai chegar. Tanto tempo tão distante, Vem de volta o imigrante Com o coração a cantar.
Nunca mais, nunca mais, Sua terra há de deixar. Nunca mais, nunca mais, Sua terra há de deixar.
Compositores: Antonio Joaquim Fernandes (Roberto Leal), Marcia Lucia Amaral Fernandes (Marcia Lucia) ECAD: Obra #38690