Roberto Rosendo
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Choro do Bancário

Roberto Rosendo


Durante o dia eu sou máquina em serviço,
meus compromissos eu não posso relegar.
No tique-taque do relógio em nostalgia
vou vivendo o dia a dia sem ter pressa prá chegar.

Sou ritmista na cadência do teclado
minha poesia vai do "A" até ao "Z"
A tarde chega e me encontra tão cansado
Mas, estou bem compensado quando encontro com você

A lua nasce e eu vou prá boemia,
na madrugada é que eu vivo intensamente.
O tique-taque já tem outra melodia
pois, é a noite que eu me sinto como gente

Se eu pudesse trocaria o meu teclado
A velha máquina, cansado de escrever,
por um piano dia e noite afinado
para compor milhões de versos prá você

Eu sou bancário, sou poeta e seresteiro,
o dia todo tem seresta prá você.
Mesmo contando e recontando o tal dinheiro,
trabalhando o dia inteiro, sobram notas prá você.

Não cobro juros sobre juras mentirosas,
nem comissões sobre carinhos sem ter fim.
Eu sou bancário, sou poeta e seresteiro,
mas, à noite eu sou banqueiro
lá, no banco do jardim !

Compositores: Roberto Rosendo de Camargo (Roberto Rosendo), Julio Rodrigues de Lima
ECAD: Obra #1519391

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