("Na vorta daquela estrada Em frente aquela encruziada Todo ano a gente via Lá no meio do terreiro A imagem do padroeiro São João da Freguesia
Do lado tinha fogueira Em redor a noite inteira Tinha caboclo violeiro E uma tár de Terezinha Cabocla bem bonitinha Sambava nesse terreiro
Era noite de São João Tava tudo no serão Tava Romão cantadô Quando foi de madrugada Saiu com Tereza pra estrada Tarvez confessá seu amô
Chico Mulato era o festeiro Caboclo bão violeiro Sentiu frio seu coração Rancou da cinta o punhá E foi os dois encontrá Era o rivá seu irmão
Hoje na vorta daquela estrada Em frente aquela encruziada Ficou tão triste o sertão Pro morde de Terezinha Essa tá de caboclinha Nunca mais teve São João")
Tapera de beira de estrada Que vive anssim descoberta Por dentro não tem mais nada Por isso ficou deserta
Morava Chico Mulato O maior dos cantadô Mas quando o Chico foi embora Na vila ninguém mais sambô Morava Chico Mulato O maior dos cantadô
A causa dessa tristeza Sabida em todo o lugá Foi a cabocla Tereza Com outro ela foi morá
E o Chico acabrunhado Largou então de cantá Vivia triste, calado Querendo só se matá E o Chico acabrunhado Largou então de cantá
Emagrecendo o coitado Foi indo inté se acabá Chorando tanta sôdade De quem não quis mais vortá
E todo mundo chorava A morte do cantadô Não tem batuque nem samba Sertão inteiro chorô E todo mundo chorava A morte do cantadô
Compositores: Joao Baptista da Silva (Joao Pacifico), Raul Montes Torres (Raul Torres) ECAD: Obra #15242 Fonograma #2510738