Lenço Preto ela apelido De um peão bem conhecido Um rapaz ainda moço Apelido que foi dado Por trazer sempre amarrado Um lenço preto no pescoço
Lenço Preto era querido Era um cabra distorcido Sempre rindo Tinha um cavalo bem arriado E o arreio prateado Vivia sempre reluzindo
Nas festança, aquele moço Como o lenço preto no pescoço Era o chá da morenada E todas as moça que ele via Muita briga elas fazia Pra sê sua namorada
Lenço Preto não ligava E a vida ele levava Sem sabê o que era o amô Quando um dia de tardinha Encontrou uma moreninha E daí se apaixonô
E disse como quem ama Menina, como se chama? Não qué sê minha muié? Eu sô a Rosa, ela responde Só fia do Zé Marconde Mas sua serei se o ocê quisé
Lenço Preto um dia topô Com Marconde e falô Tudo quanto desejava O Marconde ficô muito atrapaiado E chamando o moço ansim pro lado Contô o que se passava
Óia, nóis criemo essa menininha Desde bem pequenininha Mas ela não sabe de nada Mas se é esse o seu intento Eu permito o casamento Lenço Preto ocê me agrada!
Quando foi seis mês depois Já tava os dois Na capela se casando Nisso entra de repente Com espanto dos presente Um estranho e foi chegando
Chamô o padre ansim do lado E lhe deu argum recado Que o padre amarelô Lenço Preto quis sabê O aquilo vinha a sê E o padre entonce falô
Lenço Preto, um momento! Tá suspenso o casamento Ocê resorva a situação Isso, isso é duro eu bem sei Mas é contra a nossa lei Casá irmão com irmão
Quando foi no outro dia Tudo o povo já sabia Que encontraro dois defunto E um bilhete tava lá Disto nóis não se casá Resorvemo morrê junto