Querem que eu vire deserto Mas eu sou uma mata inteira Querem que eu apodreça Mas sou cerne de aroeira Querem que eu vire pó Mas ainda sou pedreira Querem que eu vire cinzas Mas ainda sou fogueira
Eu nasci pra ser brilhante E não posso ser cascalho Quem é seda de primeira Não pode virar retalho Caminho justo é comprido O ruim tem seu atalho Para o frio da injustiça A justiça é agasalho
Sou cantador Não formei em faculdade Fui formado no sertão Cantando simplicidade Sou cantador Não formei em faculdade Fui formado no sertão Cantando simplicidade
Sou um puro sertanejo Da enxada ao violão Sou verso para a viola Da viola para a canção Da canção para o trabalho A riqueza do meu chão Ganhando o pão da tristeza No salário da ilusão
O meu canto é liberdade É seiva da natureza Espuma branca das águas Bailando na correnteza O canto da passarada Sinfonia de pureza E quem quis me ver tapera Me encontrou uma fortaleza
Sou cantador Não formei em faculdade Fui formado no sertão Cantando simplicidade Sou cantador Não formei em faculdade Fui formado no sertão Cantando simplicidade