Na porta do rancho eu me sento a tardinha A mente se alinha por outros caminhos Acendo um cigarro gostoso palheiro Olhando o terreiro e as aves no ninho
Eu penso a vida no tempo passado A velha ao meu lado em respeito se cala Um filho distante não sei onde anda No velho Pianga a saudade é quem fala
Eu vejo as estradas e as velhas casinhas Traquejo que eu tinha em cima do arreio Baldrana bonita com dez margaridas O plano de vida que fiz e não veio
Deixei do estradão e a poeira amiga E a doce cantiga de um boiadeiro Pra viver a vida com a mulher amada Sonhar com as estradas sobre um travesseiro
Nem sempre a vida nos deixa contentes As vezes a gente não tem o que quer Nos duros caminhos que a vida oferece O amor enaltece com uma mulher
Já fui boiadeiro e peão de rodeio Já fiz galanteio pra grande platéia Montar burro bravo pra mim foi brinquedo E o tal de ter medo eu riscava da idéia