Sim, sou franca em dizer Se o caso é de samba Se a roda é de bamba Não sei me conter Me embalo no dengo dos balangandãs Da moça que ginga ao som dos tantãs Só volto pra casa Quando amanhecer Venho das noites de festa Do som da corimba lá do terreiral Sou herdeira direto Da linha de umbanda Sou banto e senhor no quilombo geral Aprendi na senzala a tristeza da rima Do chicote que estala e reduz à ruína Vi fluir a maldade no peso da argola Chorei a liberdade que estava em angola É por isso que o samba me bole no peito É por isso que a noite me faz tão feliz É a força que vem da raiz Sim, sou franca em dizer Se o caso é de samba Se a roda é de bamba Não sei me conter Me embalo no dengo dos balangandãs Da moça que ginga ao som dos tantãs Só volto pra casa Quando amanhecer Hoje que enfim predomina A beleza da raça abrindo os caminhos Espalhando seu canto de libertação E a magia de Nzambi vem dar proteção Uma luz que ilumina meu camutuê Que afasta o batuque do mal no canjerê É no meu coração que eu sinto o clamor A cruel cicatriz da tristeza nagô É por isso que o samba me bole no peito É por isso que a noite me faz tão feliz É a força que vem da raiz É por isso que o samba me bole no peito É por isso que a noite me faz tão feliz É a força que vem da raiz
Compositor: Roque Augusto Ferreira (Roque Ferreira) ECAD: Obra #9119652