Roupa Nova
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De frente pro crime

Roupa Nova

Ouro de Minas


Ta lá o corpo estendido no chão
Em vez de rosto uma foto de um gol
Em vez de reza uma praga de alguém
E um silêncio servindo de amém
<i>
Pôxa cara, tô ligado no seu drama
Com a acara nessa lama teve medo de morrer
de viver, de sofrer, de nem ter o que comer
Ninguém liga pra você
Ninguém liga nem nunca ligou
</i>
O bar mais perto depressa lotou
Malandro junto com trabalhador
Um homem subiu na mesa de um bar
E fez discurso pra vereador
<i>
É, ninguém liga pra você nem nunca ligou
Hoje sobra tanta indiferença, indignação
Falta luz, falta governo, falta educação
Tanto que com o preconceito em alta
Só não sentem a tua falta, meu irmão!
</i>
Veio camelô vender anel, cordão, perfume barato
E baiana pra fazer pastel e um bom churrasco de gato
Quatro horas da manhã baixou o santo na porta-bandeira
E a moçada resolveu parar e então
Ta lá o corpo estendido no chão
<i>
Quem sabe agora você pode descansar,
Se livrar da injustiça
Desse medo dos bandido
Medo da polícia
Maldita cena projetada na janela
TV de todo dia, gente pobre é sempre réu
O que te resta é um pouco dessa lua
Refletida na sarjeta, teu pedaço lá do céu
</i>
Sem pressa foi cada um pro seu lado
Pensando numa mulher ou num time
Olhei o corpo no chão e fechei
Minha janela de frente pro crime

Compositores: Aldir Blanc Mendes (Aldir Blanc), Joao Bosco de Freitas Mucci (Joao Bosco)
ECAD: Obra #3778 Fonograma #392546

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