Reinado De Concreto
Quando eu me pego
A relembrar minha terra
Lá vou eu subindo a serra
Como é bom voltar pra lá!
De manhã cedo
Antes do raiar do dia
Escutar a sinfonia
Da floresta ao despertar
Como é bonito
Amanhecer naquelas matas
E a beira da cascata
Ver subir a cerração
Raios de sol
Rasgando espaços na neblina
Ouro que vem
Lá de cima se espalha no meu sertão
Lá no sertão
Onde eu me criei
Cada caboclo
Pode ser o rei
A passarada
Faz alegre o seu gorjeio
E um doce devaneio
Chego até me transforma
Um pouco dono
Desse mundo cor de rosa
Que me ponhe em verso e prosa
Com coragem pra falar
A fauna e flora
Licidão em harmonia
Onde a vida principia
Em cada ninho em cada flor
Dada a semente
Que no chão grota se senti
Que ali se faz presente
Sempre a mão do criador
quando eu me lembro
Entre seus computadores
Arquitetos sonhadores
Pelas simples profissão
Vão construindo
Entre multinacionais
projetos seus reinados de concreto
Em cima da devastação
Que os nossos índios
Já não donos da terra
Seringais campos de guerra
Endereços comerciais
Eu me pergunto
Onde o homem do futuro
Vai buscar esse ar tão puro
Das reservas florestais
Compositor: Joao Miguel Marques de Medeiros (Joel Marques)
ECAD: Obra #188696Ouça estações relacionadas a Rouxinol e Sabiá no Vagalume.FM