Rua de Baixo

O Tempo

Rua de Baixo


Dias diferentes, a mesma meta e só mudou o tempo...

Se tempo é dinheiro, então vou fazer hora
e vou querer a minha parte em dólar
Por isso que eu atraso,
por isso que eu demoro pra cumprir os prazo
Às vezes eu começo,
quase sempre eu não termino,
eu embaraço a minha linha do destino
Quem planta o vento, colhe o tempo
então eu luto contra o tempo,
ou pelo menos, tento
Quando eu me canso
eu peço tempo,
mas o tempo é violento, não tem dó, nem piedade
E são as marcas do tempo que revelam minha idade
eu já quis ter um dia, um equipamento
que me fizesse viajar no tempo
Pra quê?
eu tenho vários argumentos
Nunca mais eu sentiria arrependimento,
eu saberia os resultados antes do planejamento
eu manteria as conta em dia
mesmo depois do vencimento
consertaria o Brasil desde o Descobrimento
Porque o barato é louco e o processo é lento
E o meu limite é o tempo.

Oh tempo rei
autoridade máxima
o tempo cura dor,
o tempo enxuga a lágrima,
o tempo é uma questão enigmática,
é uma equação matemática
onde é oito ou oitenta
ou só oitenta, cê tenta
mas não consegue,
então cê senta, pensa
cinqüenta a cinqüenta não compensa
então dispensa
não me contento se não for 100%
se eu desandar a rima cai no contratempo
se eu tropeçar a letra sai do andamento
só quem é fica sendo, então quem tem talento
enquanto o tempo vai passando
eu vou rimando
tô esperando, mas quem sabe faz a hora
não espera acontecer
mesmo assim eu espero, porque eu quero, ver saindo de
você
a essência que leva a sua adolescência
e te traz experiência
o tempo é o senhor de toda existência
e eu tenho por tendência permanecer no movimento
que nem inércia
a rima é rara
que nem tapete persa
vocal dispara e se dispersa
levado pelo vento
senso de espaço-tempo
eu tava no centro
dando um moinho de vento
na estação São Bento...
No limite do tempo...

O meu limite é o tempo
vou devagar mais não sou lento
vai longe o pensamento
fora do alcance do seu entendimento
bem que eu tento, mas é impossível
eu já te disse, esse é o próximo nível
passa batido, imperceptível,
mas não vai dá, eu vou manda um míssel atômico,
estereofônico, supersônico, estado crônico, sinônimo,
antônimo,
eu falo sério, mas eu sou cômico
e contino anônimo, mas eu não ligo
não quero a fama, eu quero a grana, eu quero ficar
rico,
com hip hop é difícil, então eu rimo só por vício
na beira do precipício, entre a vida e o suicídio
se me empurram é o homicídio, se eu caio é acidente,
mas pra morte é indiferente, porque o tempo é linear e
segue a mesma direção
ela tá lá no fim da linha me esperando com um facão
e disso ninguém tá isento
mas meu limite não é a morte
o meu limite é o tempo...

Compositor: Espião

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