Rubel
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Ontem Ao Luar

Rubel


Ontem ao luar
Nós dois em plena solidão
Tu me perguntaste
O que era dor de uma paixão

Nada respondi
Calmo assim fiquei
Mas fitando azul do azul do céu
A lua azul eu te mostrei

Mostrando a ti dos olhos meus correr senti
Uma nívea lágrima e assim te respondi
Fiquei a sorrir por ter o prazer
De ver a lágrima nos olhos a sofrer

A dor da paixão não tem explicação
Como definir o que eu só sei sentir?
É mister sofrer para se saber
O que no peito o coração não quer dizer

Pergunta ao luar travesso e tão taful
De noite a chorar na onda toda azul
Pergunta ao luar do mar a canção
Qual o mistério que há na dor de uma paixão

Se tu desejas saber o que é o amor
Sentir o seu calor
O amaríssimo travor do seu dulçor

Sobe o monte a beira-mar ao luar
Ouve a onda sobre a areia lacrimar

Ouve o silêncio
A falar na solidão
De um calado coração
A penar a derramar os prantos seus

Ouve o choro perenal
A dor silente universal
E a dor maior
Que é a dor de Deus

Se tu queres mais
Saber a fonte dos meus ais
Põe o ouvido aqui na rósea flor do coração
Ouve a inquietação da merencória pulsação
Busca saber qual a razão
Porque ele vive assim tão triste a suspirar
A palpitar em desesperação
Na teima de amar um insensível coração
Que a ninguém dirá no peito ingrato em que ele está
Mas que ao sepulcro fatalmente o levará

Compositores: Catulo da Paixao Cearence (Catulo da Paixao), Pedro de Alcantara Filho (Xerem)
ECAD: Obra #643687 Fonograma #18821254

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