O automóvel corre a lembrança morre O suor escorre e molha a calçada A verdade na rua a verdade no povo A mulher toda nua mas nada de novo A revolta latente que ninguém vê E nem sabe se sente pois é pre que O imposto a conta o bazar barato O relógio aponta o momento exato Da morte incerta a gravata enforca O sapato aperta o país exporta E na minha porta ninguém quer ver Uma sombra morta pois é pra que Que rapaz é esse que estranho canto Seu rosto é santo seu canto é tudo Saiu do nada da dor fingida Desceu a estrada subiu na vida A menina aflita ele não quer ver A guitarra excita pois é pra que A fome a doença o esporte a gincana A praia compensa o trabalho a semana O chopp o cinema o amor que atenua Um tiro no peito o sangue na rua A fome a doença não sei mais porque Que noite que lua meu bem pra que O patrão sustenta o café o almoço O jornal comenta o rapaz tão moço O calor aumenta a família cresce O cientista inventa uma flor que parece A razão mais segura pra ninguém saber De outra flor que tortura No fim do mundo tem um tesouro Quem foi primeiro carrega o ouro A vida passa no meu cigarro Quem tem mais pressa que arranje um carro Pra andar ligeiro sem ter porque Sem ter pra onde pois é pra que
Compositor: Sidney Alvaro Miller Filho (Sidney Miller) ECAD: Obra #23062 Fonograma #363347