Eu já nem sei quem sou Não sei pra onde ir A ilusão tecnológica e seus males estão aqui O meu dinheiro compra tudo, compra até o que eu não quiser comprar Compra e venda de qualquer vida, catálogos de vidas pra leiloar (coro) O que você fez pra mim voltar? O que você fez pra mim ficar? Compra e venda da imundície alheia Compra e venda do que quiser comprar Não me fale em justiça social Não cante paz perto de mim É a demagoga televisão Manipulando a informação
Códigos de barras no meu lombo escravo E a chicotada a todo fim do mês, o burro velho quase aposentado de repente morre por invalidez: “- Morreu de que? - Alienação profunda - E o que aconteceu? - Tomou na bunda - Quem foi o culpado? - Algum fila da puta que ta no Senado lixando a unha.” Corre para ver Corre para se informar É mais um cidadão culpado por ser cidadão Simples cidadão proletariado, premiado com um salário miserável. Que corre o risco do atraso e que ainda é roubado pelo governo descarado, imposto mascara a poucos beneficiados que comem caviar e viajam de avião. Enquanto o povo lota os ônibus, passam fome, comem lixo, ocupam as pontes, virando sub-produto da nação. E assim vive o povo com o rotulo de “povão”, que não votam certo e a cada quatro anos elege um novo bando de ladrão. (coro) Onde vive a perfeição formal ? É o sistema da exploração, que faz do povo otário, compra e vende a força de homens cansados. Revolução industrial, super-fatura para o patrão, e o povo só levando ferro quente no rabo se virando pra comprar o pão “mer’mão”
Quer um dinheirinho emprestado a 10% ao mês E quem quiser que diga que estou errado, pois para os bancos não existem leis O povo ta fudido e enclausurado pelo sistema podre burguês que beneficia só a interessados, despreocupados, que fazem suas próprias leis. Corre, venha, arme uma revolução Grite, mude, faça desse país nação Posso te abandonar a qualquer hora dessas e se eu me “retar” ainda te meto um pau na testa Chuto o teu Amazonas, meto o dedo no teu Nordeste, jogo bomba no Senado pra que alguém ouça minhas preces.
Meu dinheiro compra tudo, compra até o que eu não quiser comprar. Compra e venda de qualquer vida, catálogos de vidas para leiloar. (coro)