Numa tarde de janeiro Tocando mil pantaneiro Entramos em Ouro Fino Me adiantei da boiada Encostei numa calçada Apeei da besta dourada Entrei num bazar grã-fino
Chamei o negociante Me dê depressa um berrante Me entregou no mesmo instante Fui pagando e fui saindo
Quando saímos na estrada Deu estouro na boiada Que tão bem ia seguindo Dava tristeza de olhar O gado triste a berrar Os companheiro a gritar E os cachorro latindo
E naquela triste hora Só me veio na memória A Virgem Nossa Senhora Que protege os pequeninos
("E naquele mesmo instante Vendo o perigo reinante Eu me lembrei do berrante Que comprei em Ouro Fino
Quando o berrante eu toquei O som dele não escutei Na minha frente avistei Sob uma fumaça branca A figura de um menino Me falou muito assustado”
"Seu berrante está calado É porque foi fabricado Dos chifres de um boi assassino"
“E sobre o grande clarão Aquela linda visão Da imensidão foi sumindo")
Depois daquela visão Recordei que naquele chão Houve um triste desatino Um garotinho trigueiro Querido dos boiadeiro Foi morto há muito janeiro Nos chifres de um boi turino
Na encruzilhada do estradão Eu jurei e fiz intenção De nunca mais por a mão No berrante assassino
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositores: Nivaldo Pedro da Silveira (Silveira), Jose Morais da Silva (Ze Morais) ECAD: Obra #911689 Fonograma #552857